No credenciamento do evento, os participantes foram recepcionados por apresentações de choro, comandadas por Fred Paegle e Eduardo Souza. A cerimônia de abertura enfatizou que a energia solar fotovoltaica em 2024 atingiu muitos recordes, com mais de 40 GW de potência instalada. A energia solar já é a segunda fonte com maior participação na matriz elétrica brasileira, ficando atrás somente das hidrelétricas, deixando a mensagem de que a sustentabilidade veio para ficar e conquistar muito mais nos próximos anos.
Os palestrantes da abertura foram: o Presidente da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk; o Secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf; a Analista da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, Carolina Moraes; a Gerente Interina do Sebrae Sustentabilidade, Helen Camargo; o Deputado Federal, Raniery Paulino; o sócio da BMJ Consultores e Associados, Welber Barral; o Presidente da Apex Brasil, Jorge Viana; e o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia.
A energia solar é a que mais cresce, por motivos óbvios, é a mais barata e mais fácil de instalar, além de ser um investimento seguro, disse Koloszuk, que abriu sua fala agradecendo aos patrocinadores, que viabilizam o evento, levando informação, networking e gerando negócios em todo o País, e aos demais participantes do painel pela presença. Citou que a energia solar é muito importante para a geração de empregos, investimentos e desenvolvimento no País, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Destacando as prioridades para o governo federal, o Secretário Adalberto Maluf abordou o Plano de Transformação Ecológica, que traz em seus eixos a descarbonização e a transição energética. Em se tratando do Programa Minha Casa Minha Vida, pontuou sua importância para o avanço da energia solar no Brasil, principalmente, na democratização do acesso para as classes baixas.
Apresentando o dado de que “50% das empresas estão em imóveis alugados” Carolina Moraes afirmou que o Sebrae quer sensibilizar as pequenas empresas para a transição energética, complementando que possuem duas vertentes prioritárias: criar oportunidades para integradores e fazer a ponte com a base de cliente do Sebrae para incentivá-los no autoconsumo.
Helen Camargo, do Sebrae Sustentabilidade, salientou a importância das parcerias com a ABSOLAR, Banco do Brasil e Governo do Estado para impulsionar a energia solar no Brasil. Evidenciando a contribuição para o desenvolvimento de novos negócios, economia, baixo impacto ambiental, empreendedorismo e sustentabilidade.
Estabilidade regulatória é fundamental para um setor com rápido desenvolvimento tecnológico, declarou, Welber Barral, sócio-fundador da BMJ. Como parceiro, apontou o papel da ABSOLAR em tratar dos temas prioritários, enumerando: os incentivos fiscais do setor, o relacionamento com o agronegócio a expansão de geração com o armazenamento de energia, usinas flutuantes, H2V, mercado de carbono, veículos elétricos, Mercado Livre, aumento tarifários e a renovação das concessões das distribuidoras.
Ressaltando o potencial do Brasil na liderança em energias renováveis, o Presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, acrescentou as oportunidades da energia solar no País e o ambiente favorável para os negócios, como no apoio do suprimento de energia elétrica para sistemas isolados.
190 bilhões em investimentos e mais de 1 milhão de empregos verdes, são dados que o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, apresentou. Trazendo perspectivas para 2024, Rodrigo informou que a Associação estima a inserção de mais 9 GW de energia solar fotovoltaica ainda esse ano. Frisando o compromisso mundial de triplicar o uso de energias renováveis até 2030, destacou os diferenciais competitivos do Brasil que podem nos posicionar à frente da transição energética, fundamentais para a descarbonização, atração de investimentos e geração de emprego e renda.
Ao final do dispositivo de abertura, ocorreu a assinatura do Convênio estratégico entre ABSOLAR e Apex Brasil para fomentar a atração de investimentos estrangeiros para adensar as cadeias produtivas brasileiras para energia solar fotovoltaica, armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde.
No final da cerimônia de abertura do evento, a ABSOLAR e a ApexBrasil anunciaram uma parceria estratégica para atração de mais investimentos estrangeiros para o processo de transição energética no País, com destaque para o desenvolvimento da fonte solar, do hidrogênio verde e do armazenamento de energia.
A parceria, que deve ser oficializada nas próximas semanas, prevê ampliação dos acordos internacionais com grandes players do setor de energias renováveis e com representantes de governos, no sentido de trazer mais capital externo para a nova industrialização do País, com foco no incremento da cadeia produtiva nas áreas de energias renováveis e tecnologias correlatas, incluindo avanços em pesquisa, inovação e sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Entre as iniciativas previstas, está a busca por novos investimentos nas missões estabelecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) do plano Nova Indústria Brasil (NIB) para descarbonização e transição energética segura para as novas gerações, assim como nas diretrizes do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de transição e segurança energética.
No primeiro painel, a Vice-Presidente de Geração Distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim, apresentou as perspectivas da energia solar fotovoltaica em 2024, indicando os avanços da maturidade do setor com o marco legal da GD e a redução do CAPEX das usinas. Pontuou os desafios encontrados pelo setor atualmente, como a inversão de fluxo e a preocupação da ABSOLAR com as atuações questionáveis das concessionárias. Na sequência, comentou ainda o recente despacho do TCU sobre a suposta comercialização ilegal de energia na MMGD.
O segundo painelista, Reinaldo Garcia, Diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), passou um panorama geral da GD para este ano e destacou seu crescimento exponencial. Ele mencionou os desafios de lidar com uma fonte de geração variável, trazendo como exemplo as rampas significativas na operação do sistema. Na mesma linha, Garcia citou que, para 2032, prevê uma capacidade de 37,1 GW na GD, enfatizando os desafios para o planejamento.
Thiago Cardoso, Gerente Comercial do Meu Financiamento Solar, discutiu as perspectivas para o financiamento na geração distribuída em 2024. Ele apontou uma visão positiva devido à redução nos custos dos equipamentos e o encurtamento do payback. Destacou a grande possibilidade do crescimento do setor na região Centro-Oeste, devido às altas tarifas de energia e a importância do financiamento nesse cenário. Cardoso também mencionou o apoio aos integradores e a facilidade digital encontrada atualmente para simulação do financiamento.
Por fim, Fernando Mosna, Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), encerrou o painel comentando os principais pontos que afligem o setor atualmente e o papel do regulador. Ele mencionou a preocupação da Agência com a inversão de fluxo da rede. Destacou a conduta na fiscalização da Energisa Mato Grosso, informando ainda que realizarão diligências in loco em cinco concessionárias: Coelba, Cemig, CPFL, RGE e Elektro. Além disso, comentou sobre o despacho do TCU, sobre a suposta venda ilegal de energia, afirmando que a Aneel terá que dar uma resposta, ressaltando da importância de as empresas envolvidas nesse mercado darem tratamento especial para a situação, realizando toda revisão contratual junto às regras existentes.
Guilherme Susteras, Conselheiro da ABSOLAR, conduziu o segundo painel, que tratou sobre estratégias para dinamizar os negócios e obter mais sucesso no mercado solar, evidenciando os principais impulsionadores do sucesso no desenvolvimento de negócios. Como provocação, trouxe os fatores-chave para o sucesso nesse setor, destacando o preço não deve ser o único diferencial, enfatizando a importância do modelo de negócio e do pós-venda.
João Paulo Cotrim, Primeiro Tenente do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, discutiu a regulamentação do Corpo de Bombeiros enfocando a importância da certificação adequada em meio ao crescimento da energia solar. Advertiu a aplicação da norma que trata da segurança de sistemas fotovoltaicos, visando prevenir e mitigar riscos. Ele destacou três principais riscos: choque elétrico, colapso estrutural e risco de incêndio. Ao finalizar, Cotrim ressaltou que a norma trouxe restrições quanto aos locais de instalação de inversores, como em áreas de amplo acesso ao público, locais com materiais inflamáveis e áreas molhadas.
Em seguida, a terceira painelista Isabella Sene, Especialista Técnico Regulatório da ABSOLAR, apresentou o programa de certificação da ABSOLAR como um diferencial competitivo para as empresas do setor no mercado, destacando a importância que a certificação desempenha para orientar os clientes e promover melhorias na qualidade dos negócios. Sene explicou o processo evolutivo da certificação, no qual as empresas vão implantando melhorias sugeridas até alcançar o nível mais alto, AAA. Finalizou ressaltando que essa certificação agrega valor e destaque à empresa, destacando-a entre as concorrentes.
O quarto painelista, Rogério Guido Adelino, Gerente Comercial da Solar Group, tratou da gestão de times de alta performance e o quanto isto requer uma abordagem estratégica e sensível. Ele enfatizou a importância de reconhecer o conhecimento tecnológico e uma nova visão comercial no setor fotovoltaico. Adelino ressalta a necessidade de reflexão sobre a alocação de profissionais onde melhor se identificam, o estabelecimento de metas alcançáveis e o controle motivacional das equipes de alta performance. Em sua fala final, destacou que o incentivo por meio de remuneração e prêmios ao alcançar metas é fundamental.
A quinta painelista, Alessandra Schuindt, Gerente Comercial de Geração Distribuída da Sungrow, falou sobre a importância de criar valor de marca no setor solar, priorizando a qualidade sobre o preço. Além disso, falou sobre a importância de personalizar as propostas de acordo com as necessidades e conhecimento dos clientes. Finalizou, lembrando do papel crucial do feedback dos clientes, visando entender o que eles valorizam e assim garantir a satisfação.
O painel foi finalizado por Bruno Catta Preta, Diretor de Relações institucionais da Genyx, que abordou o papel da energia solar para impulsionar os negócios no mercado global. Bruno destacou a oportunidade que se acendeu com a abertura total do mercado livre de energia para os clientes do Grupo A. Bruno também mencionou sobre as oportunidades no setor de mobilidade elétrica, bem como também nos eletropostos e utilizando o potencial do hidrogênio verde. Em sua frase final, ressaltou sobre a necessidade de capacitação contínua das empresas para acompanhar as mudanças e oportunidades do mercado.
Francisco Maiello, Coordenador Estadual da ABSOLAR em Goiás, moderou o terceiro painel indicando a importância de metas e ações para acelerar a transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis na matriz energética brasileira. Destacou os benefícios ambientais das fontes renováveis e a relevância do armazenamento de energia elétrica e do hidrogênio verde nesse contexto.
Murilo Fabris, Coordenador Regional de Vendas da Região Centro-Oeste da WEG, introduziu o conceito de “Grid Zero” e sua aplicação em diferentes cenários, destacando os benefícios e estratégias para sua implementação. Ele ressaltou a importância da comunicação com as concessionárias de energia e a necessidade de ampliar o leque de soluções oferecidas pelos integradores.
Felipe Sapucahy, COO da Ecom Energia, ressaltou a importância de estarmos preparados para o mercado livre de energia no Brasil, destacando as oportunidades e benefícios para os consumidores, como preços mais competitivos e a possibilidade de escolher fontes renováveis. Ele também mencionou a importância da comunicação com os parceiros e a experiência da empresa em outros países e segmentos.
Silvio Robusti, Gerente de Marketing de Produto da Growatt, falou sobre o mercado de veículos eletrificados e as tecnologias de carregamento, destacando a integração com sistemas de energia solar. Ele ressaltou a importância de escolher um carregador compatível com a potência do veículo e destacou a possibilidade de integração com sistemas de energia solar.
Por fim, Dr. Marcelo Morales, Secretário de Pesquisa e Formação Científica, destacou a importância de aproveitar os recursos naturais nacionais para liderar a transição para uma economia de baixo carbono, mencionando iniciativas de pesquisa e desenvolvimento no setor de energia limpa e mobilidade sustentável. Ele ressaltou a importância da ciência e da colaboração entre academia, setor privado e governo para impulsionar a inovação e resolver os desafios do país.
O encerramento do evento foi realizado pelo CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, em conjunto com a Diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, e com o Coordenador Estadual da ABSOLAR em Goiás, Francisco Maiello. Rodrigo enfatizou a importância da parceria de nove anos entre ABSOLAR e ApexBrasil, com resultados positivos alcançados no setor solar fotovoltaico. Ana Paula indicou o esforço conjunto para fortalecer essa parceria, visando acelerar a transição energética no Brasil. Acrescentou o impacto positivo da participação feminina no setor de energia solar, incentivando a inclusão e o desenvolvimento de mulheres em cargos técnicos e de liderança. Ambos enfatizaram as oportunidades de investimento e crescimento no setor, incluindo a expansão para armazenamento de energia e hidrogênio verde.
Rodrigo relembrou a agenda de eventos da ABSOLAR para o ano, incluindo um evento sobre hidrogênio verde e armazenamento de energia em abril, e ressaltou a importância do mercado livre de energia como uma nova frente de negócios e investimentos. O evento encerrou com a promessa de continuar a parceria e buscar novas oportunidades para impulsionar o setor solar no Brasil.