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Resumo Executivo – Absolar Meeting Centro Oeste

Confira abaixo o resumo que a área técnica da ABSOLAR fez de cada painel do ABSOLAR Meeting Centro Oeste 2025, evento realizado em Brasília
no dia 19 de março

CERIMÔNIA DE ABERTURA

Na Cerimônia de Abertura, o Presidente da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, destacou a pujança do agronegócio e o papel da CNA no desenvolvimento do setor e que a fonte solar fotovoltaica é forte aliada para o produtor rural. Ronaldo destacou a participação da energia solar fotovoltaica na matriz energética, com 55 GW de capacidade instalada e quase 5 milhões de unidades consumidoras, destacando o espaço que a fonte ainda tem a ocupar com mais de 90 milhões de unidades que ainda não são atendidas pela fonte. 
 
O Secretário Adjunto de Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal, Gutemberg Gomes, destacou o compromisso do governo do Distrito Federal com a transição energética, com a inauguração da primeira usina solar fotovoltaica pública do Distrito, atendendo a prédios públicos, sem supressão vegetal, fazendo desta uma transição energética limpa e sustentável. 
 
O Diretor Técnico Adjunto da CNA, Maciel Silva, comentou a respeito dos desafios do setor do agronegócio, destacando os ganhos de produtividade do setor e que agora está mais exigente com relação aos parâmetros ambientais, ponto em que a energia solar tem contribuído, com a interiorização e popularização de uma fonte limpa e renovável. 
 
Wilson Zafani, Head Comercial do Banco BV e anfitrião do evento, disse que o banco aportará mais de 200 milhões de recursos ESG nos próximos anos, contribuindo para o desenvolvimento de negócios sustentáveis, tanto no agronegócio quanto para a energia solar. 
 
O Deputado Federal, Júlio Lopes comentou que emitiu parecer contrário ao PL 3864/2023 que trata do pagamento de royalties para a fonte solar. “Seria um grande desincentivo, uma vez que há uma série de contratos e investimentos já planejados, encarecendo e tornando inacessível a principal fonte para o desenvolvimento do agronegócio”. Falou ainda sobre a importância de um leilão capacidade voltado para baterias, com potência mínima de 5 GW para atração de investimentos internacionais. 
 
Finalizando a abertura, o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a grande vitória da não taxação da energia solar e eólica, mencionada pelo Deputado Júlio Lopes, e agradeceu a parceria estratégica com a CNA, especialmente o trabalho de Maciel e sua equipe na aprovação da Lei n.º 14.300/2022, o marco legal da micro e minigeração distribuída. Sauaia enfatizou a sinergia com o agronegócio e o potencial do hidrogênio verde para fertilizantes sustentáveis. Ressaltou o crescimento do setor, que já representa 22% da matriz elétrica, com R$ 250 bilhões em investimentos e 1.6 milhão de empregos. Previu a liderança da energia solar no Brasil até 2040-2050, projetando um crescimento robusto de quase 10 GW para o ano corrente, complementando os aproximadamente 15 GW adicionados no ano anterior, mas alertou para desafios como a inversão de fluxo e a alta tributação sobre baterias. Ele destacou a importância de boas políticas públicas para o avanço do setor, citando exemplos de incentivos fiscais como o “IPTU Amarelo” em Salvador e o potencial do Distrito Federal em adotar medidas semelhantes. E também abordou a necessidade de linhas de crédito mais competitivas para energia solar e baterias. Encerrou incentivando a participação no evento e a filiação à ABSOLAR. 

PAINEL 1, Qual o plano de fundo para o desenvolvimento da geração própria solar na região?

 
 
Bárbara Rubim, Vice-presidente de Geração Distribuída da ABSOLAR, abriu o painel destacando a parceria com a CNA e o papel do setor agropecuário no crescimento da geração distribuída. O painel abordou temas essenciais de 2025, preparando os participantes para as transformações em curso. Entre os desafios, Bárbara ressaltou a inversão de fluxo de potência, que limita o uso da rede por consumidores que geram sua própria energia. A Resolução n.º 1098/2024 da ANEEL, em vez de solucionar, agravou o problema. Rubim incentivou os consumidores a registrarem reclamações na ouvidoria da ANEEL para fortalecer a atuação da ABSOLAR. Apesar dos entraves, destacou tendências positivas, como a queda nos preços dos módulos fotovoltaicos e incentivos como o REIDI e as debêntures incentivadas, que podem impulsionar o setor. 
 
Isabella Sene, Especialista Técnico-Regulatório da ABSOLAR, apresentou avanços do setor solar em 2024, como a regulamentação do REIDI para mini e micro GD, reduzindo o CAPEX em 10%, e as debêntures incentivadas, facilitando o financiamento de projetos. Outro marco foi a inclusão da energia solar no programa Minha Casa Minha Vida, ampliando o acesso à energia limpa. Para 2025, apontou desafios como a regulamentação do armazenamento de energia e a aprovação do REBE e do Marco Legal do Armazenamento. Também destacou os desafios do setor no atendimento às novas normas de segurança contra incêndios em sistemas fotovoltaicos nos estados do Centro-Oeste e reforçou o armazenamento de energia como solução para confiabilidade e inversão de fluxos. 
 
Maciel Aleomir Silva, Diretor Técnico Adjunto da CNA, trouxe a visão do produtor rural, ressaltando que a energia solar se tornou essencial na redução de custos na agricultura. Ele destacou a relevância da GD para a autonomia econômica dos produtores, mas criticou entraves regulatórios, como a inversão de fluxo. Além dos benefícios financeiros, apontou o impacto social da energia solar, especialmente no fornecimento para áreas rurais isoladas, onde falhas no sistema elétrico geram grandes prejuízos. 
 
Francisco Maiello reforçou o crescimento inevitável da energia solar globalmente e o reconhecimento do Brasil no setor. No estado de Goiás, observou um aumento expressivo na potência instalada, mas ainda com baixa inserção no meio rural. Ele destacou o agronegócio como motor dessa demanda e a importância dos sistemas off-grid e microrredes, citando iniciativas como o “Luz para Todos”. Também mencionou o agrovoltaico e o armazenamento de energia como estratégias para fortalecer a resiliência da rede. Como desafios, apontou a necessidade de infraestrutura energética adequada para a expansão agrícola, melhorias nas redes elétricas e soluções tarifárias otimizadas. 

PAINEL 2, Uso de tecnologias ligadas ao sistema solar FV para fortalecer os negócios do agro.

O segundo painel foi iniciado pela moderadora, Marina Santana, Vice-Coordenadora do GT Geração Distribupída, informando que a ideia é trazer uma perspectiva do uso do solar fotovoltaica no agronegócio. Destacando que há muito espaço para inovação, tanto em termos de tecnologia quanto em modelos de negócio e linhas de financiamento para que o produtor possa otimizar sua produção. Marina em sua fala final, destacou “O agro é um cenário que vale a pena prestar atenção, principalmente com o desafio atual de aumentar a produção para a crescente população mundial.” 
O Coordenador Centro-Oeste da WEG, Murilo Fabris, destacou a importância do crescimento do agro no Brasil e o papel da energia solar neste contexto. Fabris evidenciou a importância do atendimento personalizado para levar soluções específicas para atender as necessidades energéticas dos produtores rurais e apresentou cases de projetos híbridos solar-diesel, permitindo agregar energia solar com soluções on-grid ou off-grid. 
 
Em seguida, o Presidente da ALAGRO, Manoel Barros, pontuou que o Brasil pode ser protagonista na transição energética, principalmente frente às instabilidades internacionais políticas com a mudança de posição dos Estados Unidos voltando a incentivar fósseis. “O futuro do agro será mais inteligente, a geração distribuída está se tornando um pilar fundamental para o agronegócio brasileiro”. Manoel destacou que o Brasil possui tecnologia, inovação e conhecimento para avançar e promover energia limpa, e levar ao produtor rural ferramentas importantes, mas acima disto é necessário reduzir custos da energia. 
 
João Paulo Cabral, Assessor Técnico da SUDECO, apresentou as condições de financiamento do Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), que financia projetos de até R$ 20 milhões, e possui uma linha de mais de R$ 12 bilhões para investimentos voltados para empresas e produtores rurais. 
 
Finalizando o segundo painel, o Vice-Coordenador Estadual de Goiás, Pedro Bouhid, apresentou os grandes números do estado de Goiás e evidenciou que nos dados emitido pela ABSOLAR, o ranking dos cinco maiores municípios com potência instalada na Geração Distribuída, quatro são municípios do Centro-Oeste. O Vice Coordenador destacou que existem soluções para a inversão de fluxo, e temos que trazer as informações ao integrador e ao cliente. Pedro apresentou um case de sucesso de uma usina híbrida que utiliza solar fotovoltaica de sistema de backup através de um gerador diesel. 

PAINEL 3, O que já está sendo aplicado e o que está por vir no mercado de GD para região

PAINEL 3 O que já está sendo aplicado e o que está por vir no mercado de GD para região

FGHF

 
Palestrantes
 
Da esquerda pra direita: Major PM Ronaldo Ribeiro, Chefe da Divisão de Fiscalização do CBPMESP; Alysson Paolinelli, Conselheiro da ABSOLAR; Adilson Neri PeIOÇIOreira, Consultor AXS Energia; e Denilson Tinim, Especialista de Produto da Sungrow 
 
Notas: 
 
Alysson Paolinelli, Conselheiro da ABSOLAR, deu início ao painel destacando a importância da preparação e do planejamento para a obtenção de seguros, abordando fatores que influenciam a segurança e mitigação de riscos em usinas solares. Para guiar o painel, apresentou três perguntas a serem respondidas durante o painel: Como minimizar os riscos nas usinas micro e minigeradoras? Como os equipamentos podem ajudar a reduzir riscos e dar mais segurança? E o que fazer em caso de sinistro?  
 
Adilson Neri Pereira, Consultor AXS Energia trouxe sua ampla experiência no setor de seguros, destacando a complexidade da regulação de sinistros e os desafios enfrentados nesse processo. Ele enfatizou a importância da correta contratação de seguros para usinas solares, alertando sobre a variação nos clausulados das apólices ao longo dos anos e a necessidade de atenção a cláusulas específicas, como a cobertura para queimadas em zonas rurais. Utilizando um caso real de incêndio como exemplo, explicou como fatores como vento e ausência de aceiros podem agravar os danos. Além disso, ressaltou a importância de contar com um corretor especializado para evitar problemas na indenização e recomendou atenção ao valor em risco, especialmente diante da variação cambial. Concluiu destacando a necessidade de assistência especializada no momento do sinistro para minimizar prejuízos e garantir o melhor resultado possível no processo de indenização. 
 
O Major PM Ronaldo Aparecido Ribeiro enfatizou a importância da colaboração entre o Corpo de Bombeiros e o setor fotovoltaico para aprimorar a segurança contra incêndios em usinas solares. Ele mencionou ter coordenado a criação da primeira norma de segurança para usinas fotovoltaicas em São Paulo e no Brasil, um processo que levou dois anos. Durante seus estudos, identificou a necessidade de normatização devido à ausência de regulamentação específica no país e à localização remota de muitas usinas, o que dificulta o acesso em emergências. Para mitigar esses desafios, foram estabelecidos critérios técnicos, como o afastamento entre painéis e a divisão das usinas em lotes dimensionados conforme o alcance das mangueiras dos bombeiros e os testes de propagação de incêndio. Além disso, foi adotada a instalação de tubulações secas para facilitar o combate ao fogo em locais de difícil acesso. O Major também mencionou sua participação na normatização do armazenamento de energia e da eletromobilidade, destacando o desenvolvimento de uma norma pioneira no Brasil – e uma das primeiras do mundo – voltada para estações de carregamento, estacionamentos e acumuladores de energia. Ele ressaltou a importância da consulta pública realizada no ano anterior, que contou com grande participação e interação, e enfatizou o papel essencial de entidades como a ABSOLAR na construção de normas que beneficiarão não apenas o Brasil, mas também outros países da América Latina e do mundo. 
 
Denilson Tinim, Especialista de Produto da Sungrow abordou a segurança dos inversores fotovoltaicos, destacando as normas e regulamentações que garantem seu funcionamento seguro. Ele explicou que os inversores não apenas convertem a energia dos módulos, mas também desempenham funções essenciais de monitoramento, proteção e eficiência operacional. Tinim ressaltou a necessidade de certificações, como a NBR 16149 e a Portaria 515, além de tecnologias de segurança, como proteção contra surtos, monitoramento térmico e desligamento rápido para evitar incêndios. Por fim, enfatizou a importância da capacitação técnica para garantir a correta instalação e operação desses dispositivos, minimizando riscos e assegurando um sistema confiável e seguro. 

 
 
Guilherme Susteras, Conselheiro e Coordenador do GT GD, abriu o painel destacando as prioridades do GT de Geração Distribuída para 2025 e apresentou dados sobre a flexibilidade das aplicações e o crescimento da energia solar no Centro-Oeste, onde 20% a 30% do consumo de baixa tensão é suprido por geração distribuída. Abordou a necessidade de a reforma tributária contemplar benefícios para a geração solar distribuída e apontou o ambiente de contratação livre de energia como o principal vetor para a expansão da GD. 
 
Wilson Zafani, Head comercial do Banco BV, apresentou o trabalho voltado a financiamento do setor solar, realizado pelo banco que possui uma carteira de R$ 4 bilhões e mais de 250 mil projetos financiados. Destacou o grande potencial do agro e as diversas oportunidades ainda disponíveis.  
 
William Marques, coordenador comercial da Solar Group, ressaltou a importância da sinergia entre o setor agropecuário e a energia solar, apresentando soluções oferecidas por sua empresa para esse mercado. Destacou o SIGFI, uma estrutura off-grid utilizada em cidades ribeirinhas, que representa uma oportunidade para licitações, com uma demanda crescente. Marques mencionou também a relevância de programas de irrigação, drenagem, proteção contra ventos e a escolha adequada do tipo de fundação, oferecendo dois modelos: com cravos ou concreto.  
 
Daniel Mello, especialista de produtos da Sungrow, abordou as variáveis importantes relacionadas aos inversores, destacando o grau de proteção, grau de corrosão, especialmente em regiões de alta salinidade e umidade e a necessidade de adequação para ambientes com amônia e temperaturas extremas, como no Centro-Oeste do Brasil. 
das. 

PAINEL 2, SALA VERDE - FORNECIMENTO COMPETITIVO DE EQUIPAMENTOS AO MERCADO

PAINEL 2, Políticas Públicas, Incentivos, Investimentos na Energia Solar

PAINEL 1, SALA AMARELA - COMO A IA, OS DATACENTERS E O H2V VÃO IMPULSIONAR NOVAS DEMANDAS POR ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

O painel foi iniciado pela Camila Ramos, Vice-Presidente de Investimentos e H2V da ABSOLAR, apresentando como se preparar para atender o crescimento da demanda por renováveis de novos setores da economia. A VP destacou o crescimento da IA como motivador para a elevação da demanda de Data Centers. A demanda global das IA’s passará de 460 TWh/ano para mais de 1.000 TWh/ano.

Marcelo Taulois, Deputy CEO e CDO da CEEC Brasil, trouxe uma perspectiva sobre o desafio global de descarbonização, evidenciando o papel do hidrogênio verde para a sociedade, abordando o entendimento de que o caminho para sair do hidrogênio cinza até o verde possui questões regulatórias, e é necessário trabalhar em demandas para o setor.

O Sócio e Head da Lefosse Advocacia, Raphael Gomes, apresentou ao público uma abordagem sobre os Data Centers no Brasil, trazendo um entendimento sobre preço e transmissão da energia. De acordo com Raphael, é possível e viável alinhar a demanda com a autoprodução de energia, e noticiando casos de empreendedores de que estão fora do país, mas que desejam consumir energia brasileira. 

O Coordenador Estadual do Ceará da ABSOLAR, Jonas Backer, destacou a dependência de fósseis no Norte do Brasil e o quanto a Amazônia é dependente da utilização óleo diesel para geração de energia. Jonas foi preciso ao dizer que as necessidades do planeta estão se conectando, e que o ritmo de crescimento da produção de hidrogênio renovável no Brasil dependerá do ritmo de substituição do atual consumo de H2 de fonte fóssil.

Finalizando as apresentações do painel, Alice Vieira, Gerente de Operações do Meu Financiamento Solar, trouxe dados dos estados que mais efetuaram financiamento em 2024, sendo 51% das vendas realizadas através de financiamento. Alice destacou que, com a queda de preço dos equipamentos fotovoltaicos, houve muitos projetos sendo financiados pela classe C, e com mesmo com a redução de preço, houve queda nos financiamentos devido à alta dos juros.

PAINEL 2, SALA AMARELA - TRANSIÇÃO ENERGÉTICA PARA QUEM?

A abertura do painel foi feita pelo Coordenador da Força Tarefa Social da ABSOLAR, Michel Sednaoui, destacando a importância da eficiência energética para o meio ambiente e do programa Luz para Todos, criado pelo governo para eletrificação de áreas remotas com tarifas subsidiadas. Michel informou que, em 2002, foi criada a Tarifa Social de Energia Elétrica (TFSEE), visando também famílias de baixa renda, com o objetivo de pagar suas faturas com um preço monetário fixo e baixo.

Wellington Souza, Presidente da ONG Alimento Solar, apresentou a organização em um panorama detalhado. O foco do Alimento Solar é na sustentabilidade e no apoio à transição energética, utilizando a tecnologia fotovoltaica para combater desigualdades e fomentar o desenvolvimento sustentável que melhorem a qualidade de vida de comunidades vulneráveis.

A Superintendente Adjunta de Meio Ambiente da EPE, Glauce Botelho, tratou o papel da EPE para a sociedade e trouxe alguns estudos envolvendo a empresa com visão integrado no setor energético. Foi abordada por Glauce uma pesquisa do histórico da agenda de pobreza energética feito pela EPE e do conceito de pobreza extrema.

Eduardo Ávila, Vice-Coordenador da FT Social da ABSOLAR, informou que 90% da população brasileira faz parte das classes C, D e E, e estão sentindo o impacto da alta tarifa da energia solar fotovoltaica e que a pobreza energética ainda é uma dura realidade para a maioria dos brasileiros. Como exemplo, é possível notar nos apagões que ocorrem ao longo do ano. Eduardo destacou que contas de luz e gás consomem mais da metade da renda de 46% dos brasileiros, e na perspectiva de qualidade, há indicadores evidenciando que o fornecimento de energia são piores em regiões de menor renda.

Finalizando as apresentações do painel, Karina Souza, Diretora de Transição Energética do Ministério de Minas e Energia, demonstrou as necessidades da transição energética justa e inclusiva, com evidências de pobreza energética em situações em que domicílios ou comunidades não têm acesso a uma cesta básica de serviços energéticos. A diretora informou que políticas públicas podem atuar na pobreza energética, e um exemplo disso são famílias na Amazônia, enfrentam dificuldades no abastecimento de combustível fóssil, que leva até 10 dias para chegar até as comunidades para geradores diesel.

Daniel Pansarella, Conselheiro e Coordenador do GT de Logística e Tributação da ABSOLAR, introduziu o cenário atual de tributação do setor solar brasileiro, com apenas 13 ex-tarifários vigentes e recente aumento de 25% na alíquota de imposto de importação para módulos fotovoltaicos, e que a cota vigente até dia 30/06/2025 de R$ 1,013 bilhão é insuficiente. Ressaltou a atuação da ABSOLAR no tema, que é prioritário. No tema armazenamento, tratou da sua importância como uma solução para mitigar impactos sentidos nos projetos, auxiliando os sistemas de transmissão e distribuição.

Rubens Brandir, fundador e CEO do Grupo Energia, iniciou sua apresentação destacando que o setor de armazenamento ainda está muito atrasado, pois a regulação ainda não é clara, e mencionou o leilão de reserva de capacidade que ocorrerá em 2025 como um ponto positivo. Apresentou ainda os preços nos leilões de fotovoltaica como sendo decrescentes.

Márcio Takata, diretor da Greener, disse que estamos vivendo uma mudança importante, que é a ampliação de fontes renováveis na matriz brasileira. Mencionou que a insegurança jurídica do setor trouxe elevação de seis meses no prazo total do payback, elevação do custo de financiamento, 8% de elevação no Capex e previsão de redução de volume de produção de energia solar em 2025, contrapondo o crescimento acelerado no primeiro semestre, devido às cotas.

Rudimar Woberto, diretor executivo da Arandu Serviços, comentou sobre a versatilidade das tecnologias de inversores e abordou o histórico da energia solar no Brasil, iniciando com a Prodeem em 1995, tomando volume a partir de 2013. Apresentou ainda alguns dados para inversores e o crescimento esperado até 2030.

Ramon Gomes, diretor Regional da Valmont, explicou sobre o funcionamento dos trackers, cujas motivações para melhoramentos e garantia de qualidade são a corrosão, utilização de material mal dimensionado e controle de qualidade pobre.

Harry Schmelzer Neto, Diretor de Negócios Solar & Building da Weg, apresentou soluções de inversores híbridos com bateria e mencionou uma elevação de 7% a 8% do CAPEX para usinas de GC devido ao aumento do imposto de importação para módulos fotovoltaicos, frisando que essa iniciativa não contribui para uma ampliação da produção local.

PAINEL 3, SALA AZUL - COMO CRIAR OPORTUNIDADES PARA ATENDER A DEMANDA

Bruno Catta Preta, Coordenador Estadual de Minas Gerais da ABSOLAR, destacou a importância de uma logística eficiente no transporte de equipamentos fotovoltaicos, ressaltando a necessidade de evitar danos aos produtos. Ele também mencionou projetos de lei estaduais e federais sobre logística reversa, nos quais a ABSOLAR tem atuado, reforçando que este é um mercado novo e promissor, com grande potencial de desenvolvimento.

Ana Carla Petti, Especialista em Regulação da Comerc Energia, abordou os modelos de comercialização, autoprodução e MMGD, enfatizando que 70% da potência instalada desses projetos é voltada o para autoconsumo local e remoto. Segundo ela, a segurança jurídica é um fator essencial para impulsionar o crescimento do mercado de energia renovável.

Douglas Ikejir, Gerente Comercial da Green Yellow, trouxe uma análise abrangente sobre o potencial dos estados brasileiros para a energia solar fotovoltaica. Ele destacou os principais custos dos projetos, com foco em etapas como desenvolvimento, terraplanagem e drenagem, aquisição de equipamentos, logística, instalação, demanda contratada e operação e manutenção.

Por fim, Rômulo de Melo, Diretor de Negócios da Huawei, apresentou soluções estratégicas voltadas para garantir o melhor retorno sobre o investimento, evidenciando a importância de otimizar os recursos no setor fotovoltaico.

PAINEL 4, SALA AZUL - DESAFIOS DA CONEXÃO E CORTES DE GERAÇÃO, COMO SUPERAR

O primeiro palestrante, Ricardo Barros, Vice-Presidente de Geração Centralizada, abordou o direito ao ressarcimento do constrained-off, previsto em lei e em decreto. Ele ressaltou que os estados mais impactados — Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Bahia (BA) e Piauí (PI) — desperdiçam cerca de 20% de sua energia e reforçou a importância de reclassificar os cortes de confiabilidade como indisponibilidade externa para viabilizar o ressarcimento.

Na sequência, Donato Filho, Diretor Geral da VoltRobotics, trouxe um exemplo prático sobre os cortes de geração no cotidiano, destacando o aumento expressivo dessas interrupções após o apagão ocorrido em agosto de 2023, o que intensificou as preocupações no setor.

Já Camila Alves, Sócia-Administradora Julião Advogados, apresentou uma análise jurídica sobre o constrained-off, oferecendo uma perspectiva legal sobre os desafios e soluções possíveis dentro do arcabouço regulatório.

Alécio Barreto, CEO da CarpeVie, trouxe uma abordagem técnica, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos agentes de conexão nas subestações. Ao final, ele propôs reflexões sobre o potencial das plantas de H2V e dos datacenters como alternativas para a alocação da geração.

Por fim, Marcos Godoy, Gerente de Operação da Celeo, encerrou com uma visão focada nos geradores, destacando pontos cruciais sobre as operações do setor e suas necessidades para otimizar o desempenho e garantir a segurança energética.

PAINEL 5, SALA AZUL - VERSATILIDADE DO ARMAZENAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NOS SISTEMAS DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

O primeiro palestrante, Samir Moura, Coordenador de Grupo de Trabalho de Armazenamento da ABSOLAR, ressaltou a importância do armazenamento de energia como peça central na transição energética e descarbonização. Ele comparou as baterias a um “canivete suíço” devido às suas diversas aplicações, destacando benefícios como redução de custos, geração de empregos, segurança do sistema elétrico e diminuição da dependência de hidrelétricas. Samir também pontuou a necessidade de avanços regulatórios no Brasil para viabilizar esses projetos.

Na sequência, Francisco Silva, Gerente Comercial e Aplicação Técnica no Grupo Moura, apresentou o conceito de hibridização entre usinas eólicas e fotovoltaicas, mostrando como o armazenamento de energia elétrica pode capturar excedentes de geração em horários de baixo consumo e deslocá-los para períodos de alta demanda, otimizando receitas. Ele as tecnologias voltadas para ajuste de frequência, deslocamento energético e gestão de carga.

Mariana Galhardo, Sócia Sênior da G2A Consultores, trouxe uma abordagem prática sobre o uso do armazenamento de energia para mitigar cortes de geração (curtailment) e otimizar contratos no setor solar. Ela alertou sobre os riscos da venda “à descoberta” e apresentou estudos que mostram incrementos de até 23% ao utilizar baterias. Mariana também destacou os avanços regulatórios, como a consulta pública sobre o agente armazenador, reforçando a importância do armazenamento para a transição energética.

Por sua vez, Denis Ribeiro Cola, Engenheiro Eletricista de Pré-vendas da SOLIS, destacou as aplicações do armazenamento de energia na geração distribuída, apresentando soluções como backup, autoconsumo e mitigação de perdas. Ele explicou como o armazenamento evita injeções na rede, otimiza a eficiência do sistema e complementa a demanda contratada, garantindo maior economia e estabilidade. Denis concluiu que o armazenamento é fundamental para assegurar resiliência e retorno sobre o investimento no setor solar.

Por fim, Rafael Moura, Gerente de Vendas Sênior da E-Storage, destacou o papel das baterias na segurança do sistema elétrico e na flexibilidade necessária para lidar com a intermitência das fontes renováveis. Ele apresentou desafios regulatórios e tributários no Brasil, mas trouxe exemplos globais, como o caso da Califórnia, que comprovam a maturidade e viabilidade das baterias. Rafael reforçou que os leilões de 2025 serão cruciais para impulsionar o mercado nacional, atraindo investimentos e desenvolvendo soluções sustentáveis no setor energético.

PAINEL 6, SALA AZUL - O PAPEL DA FONTE SOLAR NA SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL

A moderadora, Maíra Zanduzzo, Vice-Coordenadora da FT ESG da ABSOLAR, destacou como a adoção de práticas sustentáveis, especialmente com a energia solar fotovoltaica, impactam positivamente o mercado. Ela ressaltou que empresas com ESG implementado possuem 25% mais chances de atrair investimentos e podem aumentar, em média, 10% sua valorização de mercado.

Já a coordenadora comercial da Solar PV, Luana Ortlieb, destacou como a energia solar se tornou uma aliada estratégica para empresas que buscam integrar práticas sustentáveis ​​ao modelo de negócio, alinhando-se aos pilares ESG e promoção de benefícios ambientais.

Na sequência, Tatiana Marques, Diretora de Licenciamento Ambiental da Elera, apresentou a gestão socioambiental da usina solar de Janaúba. Tatiana abordou a gestão da biodiversidade, incluindo resgate de fauna e redução de supressão vegetal, que resultaram na mitigação de 87 mil toneladas de CO₂.

Adriana Martins, Vice-Presidente de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fundiário da LightSourceBP, trouxe uma abordagem inovadora ao falar sobre os sistemas agrivoltaicos, destacando a integração entre geração solar e atividades agrícolas. Ela explicou que projetos desse tipo exigem planejamento desde a concepção, com aplicações em pecuária, horticultura, estufas e até painéis verticais, evidenciando o potencial do conceito.

Por fim, William, Fundador da Célula Energia Parceiro da TW Solar, apresentou os avanços tecnológicos na produção de módulos fotovoltaicos. Ele destacou o processo de fabricação, desde o polisilício até as células, ressaltando inovações como a texturização das células e camadas de passivação, que aumentam a absorção de luz e a eficiência energética. William mencionou módulos que atingem até 725 watts de potência e 23,3% de eficiência, reforçando a importância dessas tecnologias para o setor.

PAINEL 3, SALA VERDE - REFORMA TRIBUTÁRIA, IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E SEUS IMPACTOS NO MERCADO FOTOVOLTAICO BRASILEIRO

Ana Martinez, Vice-Coordenadora do GT Logística e Tributação, mencionou a reforma tributária e o Pillar 2, uma iniciativa que busca ter uma tributação mínima global de 15% para grandes empresas multinacionais. Em meio a este cenário, Ana diz que o Brasil está atrasado, pois outros países já implementaram esta iniciativa. Segundo ela, o Qdmtt (Qualified Domestic Minimum Top-up Tax) é a tributação que a receita federal está se movimentado para implementar em 2025 e o Congresso Nacional tem o prazo de até março para implementar.

Arthur Almeida, Advogado Sênior da Lefosse, falou sobre a reforma tributária e as principais questões e impactos monitorados. Apontou que é necessário que seja realizada uma simplificação, uma única norma regulamentando os tributos e que a transição para este cenário terá várias etapas e não será célere.

Vinicius Suppion, Especialista Técnico-Regulatório, explicou sobre a PEC nº 45/2019, que trata da Reforma Tributária. Explicou que haverá a queda de muitos benefícios fiscais e apontou as mudanças significativas trazidas pela aprovação da Emenda Constitucional nº 132/2023, onde o ICMS, PIS, COFINS, ISS e IPI serão substituídos pelo IBS e CBS. Além disso, informou que a ABSOLAR encaminhou um ofício solicitando a inclusão ao texto de todas as modalidades de geração distribuída.

Pedro Mallman, Stakeholders South America da EDP, falou sobre a quantidade de ex-tarifários vigentes e abordou a necessidade de o país trabalhar o desenvolvimento da exportação e destacou a importância de reduzir custos de produção da energia solar, pois empresas de Data Centers virão para o Brasil se o nosso custo de energia for mais baixo.

PAINEL 4, SALA VERDE - DIFERENCIANDO SEU NEGÓCIO POR MEIO DA CAPACITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO

Pedro Drummond, Coordenador Estadual de São Paulo da ABSOLAR, falou sobre o papel da certificação na competitividade e como melhorar equipes. Explicou a origem da certificação da ABSOLAR destacando sua importância para auxiliar as empresas do mercado a se profissionalizar, comentou que prevê o início de um período de estabilização das empresas e alerta para fazer a gestão de empresas de forma mais assertiva e frisou a melhoria da qualidade, mostrar solidez é um investimento em branding.

Marisa Plaza, Analista de Certificação da ABSOLAR, explicou sobre a certificação da ABSOLAR, que visa melhorar a qualidade do setor e tem característica de ser evolutivo e voluntário. Ela mencionou a origem da certificação, etapas, requisitos e os benefícios, entre eles: diferencial competitivo, melhoria contínua, solidez e confiabilidade.

Glauco Santos, diretor da Elgin Solar, abordou a experiência da Elgin, agregando valor ao mercado e à sociedade. Explicou sobre como diferenciar seu negócio por meio da capacitação e destacou que é necessário que o valor da empresa seja percebido pelo cliente: valores como clareza na comunicação, cumprimento de prazos, proposta de valor, qualidade de produto e serviço, atendimento eficiente.

Alexandra Susteras, Sócia-Diretora da Sun Mobi, discursou sobre a certificação da Sun Mobi, uma das primeiras empresas a falar de geração distribuída, possui concorrência forte e busca diferenciação através da certificação. Explicou que o processo ajuda a elevar o nível do mercado e traz credibilidade em meio a um número crescente de reclamações. Além disso, destacou a importância da padronização de registro no processo de certificado.

PAINEL 5, SALA VERDE - A VERSATILIDADE DAS APLICAÇÕES SOLARES E SEUS CASES DE SUCESSO

Carlos Freitas, Gerente Nacional de Vendas e Engenharia da Intelbras, falou sobre o segmento de sistemas off-grid, um mercado que transforma as vidas de consumidores em sistemas isolados, agronegócio, e que precisam de confiabilidade no fornecimento de energia.

Francisco Maiello, Especialista Transição Energética e Conselheiro Brasol falou do papel da energia solar na mudança de conceito do setor elétrico, incluindo o surgimento geração própria e a ampliação do Mercado Livre.

Rodrigo Pedroso, Engenheiro Civil – Chairman do Grupo Pacto, apresentou um case de projeto híbrido implementado pela Pacto Energia, composto por uma usina solar fotovoltaica e uma central geradora hidrelétrica.

André Ribeiro, Gerente de Operações da Power Safe, falou sobre os benefícios que o armazenamento pode trazer ao sistema elétrico brasileiro, as dificuldades de um mercado novo, e como a tecnologia alcançou sua viabilidade e maturidade.

PAINEL 6, SALA VERDE - PERSPECTIVAS PARA ESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA DE GRANDES USINAS SOLARES

Sasha Sampaio, Vice-Coordenadora do GT Financiamento da ABSOLAR e moderadora do painel, falou sobre os aprendizados adquiridos nas variações de cenários macroeconômicos nos últimos anos para projetos solares e o atual momento desafiador do setor.

Eduardo Tobias, Sócio-diretor da Watt Capital, falou sobre as mudanças na origem dos financiamentos dos projetos nos últimos anos, como a maturidade das debentures incentivada. A maturidade dos negócios permitiu um maior leque para a captação de recursos.

Teresa Turra, Gerente de Projetos Financeiros e Geração Energia do Banco do Brasil, falou sobre a importância das externalidades dos projetos como a geração de empregos diretos e indiretos durante a implementação, além de toda economia no entorno da usina. O Nordeste continua como líder na procura de financiamento para projetos solares.

Maurício Maciel, Analista de Inteligência de Mercado e Regulação da BNDES, falou nos números superlativos dos financiamentos de energia limpa pelo BNDES. Os produtos do BNDES são muito flexíveis e com ampla possibilidade de customização.

Igor Fonseca, Gestor de energia e projetos financeiros do Santander, chamou a atenção para a liquidez do mercado de capitais, com produtos incentivados, isto diminuiu o impacto dos valores elevados dos juros. Mesmo assim, o momento é preocupante.

PAINEL 3, SALA AMARELA - DESDOBRAMENTOS DO G20 E PERSPECTIVAS PARA A COP 30 NO BRASIL

Luciana Collet, editora do Broadcast Energia, iniciou sua apresentação falando sobre a cobertura da COP ao longo dos últimos anos. A partir de 2022, com a COP 27, no Egito, houve um crescente interesse no Brasil como protagonista na transição energética. Com a mudança de governo e a liderança do presidente Lula, essa expectativa se intensificou.

Daniel Sobrinho, Coordenador Estadual do Pará da ABSOLAR, expressou sua satisfação em participar do evento e compartilhou sua experiência na COP 27 no Egito. Ele destacou as dificuldades logísticas do estado do Pará, mencionando a vastidão do território e a dificuldade de acesso a algumas regiões. Sobrinho ressaltou o potencial da região Norte em energia solar, com cerca de 2,5 GW de potência instalada, e o apoio do governo estadual ao setor. Ele também abordou a necessidade de reduzir os impostos sobre baterias para viabilizar o armazenamento de energia, o que beneficiaria a economia verde e o acesso à energia em comunidades remotas. Sobrinho concluiu convidando o público a visitar Belém durante a COP 30.

Ricardo Baitello, Gerente de Projetos do IEMA, agradeceu o convite e destacou o crescimento do setor solar no Brasil. Ele também analisou as últimas COPs, destacando o Acordo de Paris e a meta de triplicar as energias renováveis até 2030, da COP 28. Baitello criticou a escolha do Azerbaijão como sede da COP 29, devido à sua dependência de combustíveis fósseis, e lamentou a falta de avanços significativos em relação ao financiamento climático para países em desenvolvimento.

Camila Hammes, Gerente de Projetos Litro de Luz, ressaltou a importância do acesso à energia, especialmente na região amazônica, onde mais de um milhão de pessoas ainda não possuem acesso à eletricidade. Ela mencionou a dependência da região de sistemas isolados movidos a diesel, o que é insustentável do ponto de vista ambiental e econômico. Hammes destacou a necessidade de investir na capacitação da mão de obra local para garantir a manutenção dos sistemas de energia solar e superar a resistência das comunidades ao uso de energias renováveis.

Por último, Graziella Albuquerque, Coordenadora de Relações Governamentais e Institucionais da Revolusolar, apresentou um panorama da pobreza energética no Brasil e no mundo, e como a energia solar pode contribuir para a transição energética justa e inclusiva. Ela destacou a participação da sociedade civil no G20, elogiando a postura do Brasil em promover um diálogo constante com organizações sociais e a aprovação por consenso de importantes medidas, como a publicação dos 10 princípios para uma transição energética justa. Graziella também mencionou a criação de coalisões globais, roteiros para financiamento e cocção limpa, e o lançamento da iniciativa “Cozinha Solidária Sustentável”.

PAINEL 4, SALA AMARELA - OS DESAFIOS DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA PELA PERSPECTIVA DAS ENTIDADES E AGENTES SETORIAIS

Maurício Godoi, Subeditor do Canal Energia, iniciou o painel “Desafios da Transição Energética pela Perspectiva das Entidades e Agentes Setoriais”, abordando o hidrogênio verde como um vetor importante na descarbonização, especialmente para a indústria. Ele destacou a necessidade de políticas públicas que incentivem o uso do hidrogênio verde, além de subsídios para tornar a produção viável. Godoi mencionou a importância da criação de um “facility” para equilibrar a oferta e demanda de hidrogênio verde, e a necessidade de incentivos para o consumo interno. Ele finalizou defendendo a participação da ANP na regulamentação do setor.

Leandro Borgo, Presidente do conselho da Associação Brasileira de Hidrogênio Verde (ABHAV), apresentou a perspectiva da associação sobre os desafios e oportunidades da transição energética. Ele destacou a importância de integrar o hidrogênio verde na matriz energética, argumentando que sua produção exige o uso de energias renováveis, o que impulsiona a transição energética. Borgo propôs a criação de políticas públicas para incentivar o uso do hidrogênio verde em termelétricas existentes, a fim de aproveitar o excedente de energia renovável e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Sumara Ticom, Assessora Executiva da Diretoria de Planejamento Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), abordou os desafios da infraestrutura para a transição energética, com foco na transmissão de energia. Ela ressaltou a necessidade de investimentos em transmissão para acompanhar o crescimento da geração de energia renovável, mas ponderou que esses investimentos devem ser alinhados com o crescimento da demanda para evitar custos excessivos para os consumidores. Ticom também apontou a necessidade de adaptar a regulamentação para lidar com o aumento da geração distribuída, que impõe desafios à operação do sistema elétrico.

Cyro Furtado, Chefe de Controle Interno, Jurídico e Governança da Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior do Estado de São Paulo (InvestSP), apresentou as iniciativas da agência para fomentar a transição energética no estado. Ele destacou o programa de apoio aos municípios para a implantação de usinas fotovoltaicas, visando a geração de energia limpa e a redução de custos para os municípios.

PAINEL 5, SALA AMARELA - CONSUMIDOR NO CENTRO DAS DECISÕES: NOVOS NEGÓCIOS NA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA E NA AMPLIAÇÃO DO MERCADO LIVRE COM AS USINAS CENTRALIZADAS

Marina Sousa, Vice Coordenadora Grupo de Trabalho de Geração Distribuída da ABSOLAR, iniciou o painel abordando a mudança na estrutura de oferta e demanda de energia, com o consumidor ganhando mais poder de escolha. Ela destacou a transição do mercado cativo para um cenário com alternativas de consumo como a geração distribuída e o Mercado Livre. Marina enfatizou os desafios dessa mudança, incluindo a necessidade de adaptação institucional e regulatória, além da comunicação eficiente com o consumidor. Ela citou o problema da “inversão de fluxo”, que dificulta a conexão de projetos de geração distribuída à rede, argumentando que as distribuidoras têm usado esse argumento para negar conexões sem justificativas adequadas. Marina defendeu a busca por soluções regulatórias claras e efetivas para garantir o direito dos consumidores à geração distribuída.

Em seguida, Carlos Dornellas, Diretor Técnico-Regulatório da ABSOLAR, discutiu os desafios e oportunidades do setor de energia solar, incluindo a geração distribuída e o Mercado Livre. Ele celebrou o crescimento da energia solar na matriz elétrica brasileira, prevendo que ela se tornará a principal fonte de energia até 2040-2050. Dornellas apontou a necessidade de superar desafios como a “inversão de fluxo” e a definição de tarifas justas para a GD, além de defender a fiscalização das distribuidoras e a promoção de uma concorrência salutar no setor. Ele também destacou a importância do Mercado Livre de Energia, prevendo um aumento na participação da energia solar nesse mercado, tanto por meio de grandes usinas quanto pela geração distribuída. Dornellas concluiu enfatizando a importância de um portfólio diversificado para atender às necessidades do consumidor, que estará cada vez mais no centro das atenções.

Silvio Robusti, Gerente de Marketing de Produto da Growatt, trouxe uma reflexão sobre a importância de uma comunicação transparente e completa com o consumidor final. Ele argumentou que a divulgação de informações parciais ou distorcidas, como o foco apenas no aumento de impostos para a energia solar, pode gerar incertezas e prejudicar a tomada de decisão. Robusti defendeu a necessidade de apresentar aos consumidores todos os aspectos relevantes, incluindo os benefícios da energia solar, como a redução da conta de luz e o retorno do investimento a longo prazo.

Jean Tremura, Diretor Comercial da Go Solar, abordou a necessidade de os integradores adotarem uma visão disruptiva e focada na criação de valor para o consumidor. Ele argumentou que o modelo tradicional de venda de sistemas fotovoltaicos baseado apenas na economia na conta de luz está se tornando obsoleto. Tremura defendeu a busca por novas oportunidades de negócios, como o modelo “Energy as a Service” (EaaS), que oferece aos consumidores acesso à energia solar sem a necessidade de investimento inicial, além de serviços de monitoramento e manutenção.

PAINEL 6, SALA AMARELA - CASES INTERNACIONAIS DA FONTE SOLAR NO RADAR DO MERCADO FINANCEIRO E FUNDOS DE INVESTIMENTO

Lívia Neves, Editora da PV Magazine, mencionou a presença da empresa em diversos países, incluindo o Brasil. Lívia destacou que os desafios e oportunidades do setor solar brasileiro também são vivenciados em outros países. Em seguida, ela apresentou quatro temas relevantes para o debate: restrição de rede, conceito de “powershore” (atração de grandes consumidores para locais com energia renovável barata), solar integrada e a queda nos preços dos módulos solares.

Ana Carolina Guimarães, sócia da TSE Consulting, apresentou dados sobre o crescimento do setor de energia renovável, superando as expectativas iniciais. Ela destacou a China como líder no desenvolvimento de energia renovável e o papel fundamental da energia solar nesse crescimento. Ana Carolina também apontou os desafios enfrentados, como a dificuldade de conexão à rede, e a necessidade de investimentos em tecnologia para aumentar a eficiência. Ela abordou os desafios específicos dos mercados emergentes, como o alto custo de financiamento, e a importância de mitigar riscos para atrair investimentos. A palestrante finalizou destacando o potencial dos “green bonds” para financiar projetos renováveis em mercados emergentes.

Maria Antônia Gouveia, Key Account Manager do Pacto Global da ONU, apresentou a iniciativa da ONU para promover a sustentabilidade no setor privado. Ela destacou os 10 princípios do Pacto Global, baseados em direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção, e sua relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Maria Antônia enfatizou a importância da plataforma de ação do Pacto Global, que oferece espaços de diálogo e compartilhamento de boas práticas, e o programa Ambição 2030, que incentiva empresas a assumirem compromissos públicos com a sustentabilidade.

Por fim, Luzer Oliveira, Diretor de energia Solar da Connectoway, e Coordenador Estadual de Pernambuco da ABSOLAR, discutiu a importância da “vocação” na história da energia e o papel do Brasil como protagonista na transição energética. Ele traçou um panorama histórico da energia, desde o carvão até as energias renováveis, mostrando como a energia sempre esteve ligada a impactos econômicos e geopolíticos.